domingo, 1 de setembro de 2013

GRATA POR COMPARTILHAR O YOGA!

Foto by Eloi Chiquetto

Por alguns motivos que não importa delinear, pude começar a ter aulas de Yoga tarde em minha vida, embora já tivesse tido curiosidade, um primeiro contato e leituras. 

E quando me decidi pelo curso de formação de professores, me peguei pensando que nunca antes tinha tido o desejo de dar aulas. Entre outras coisas, cresci em uma casa com duas professoras do curso primário (mãe e tia), em uma época - a ditadura militar - que viu uma desvalorização brutal da profissão. 

A primeira coisa que tive vontade de ensinar, em minha vida, foi o Yoga. Mas por que a mudança?

Acho que porque, do pouco que sei, é o que percebo que tem mais valor e mais verdade. Assim, não temo ensinar coisas que perderão o interesse, a aplicabilidade, o valor ético, ou qualquer outra coisa assim. 

Também porque o Yoga é algo que pode beneficiar a todos, independente das condições em que cada um esteja. O que as pessoas comumente vaiam ou aplaudem pelo mundo, não tem importância na prática do Yoga. Ao contrário disso, importa o comprometimento sério do praticante consigo mesmo, em enfrentar as suas questões, sejam elas do tamanho de um grão de ervilha ou de um trem de metrô.



Voltei a pensar nisso tudo hoje porque fiquei feliz com um e-mail de reconhecimento pelo trabalho realizado, com outras professoras, nas aulas de Yoga, em um condomínio em que ensino há três anos. 

Pensei em uma coisa a respeito de ensinar Yoga, como se dar aulas tivesse dois lados: um deles é o desejo de compartilhar com os alunos, o desejo de mostrar o quanto o Yoga é interessante; o outro, é manter a verdade do que é compartilhado, mesmo que muitas vezes a prática cause dificuldades e nos mostre os nossos pontos fracos, coisas que nem sempre queremos encarar.

Então, fico feliz por ter, aqui e acolá, alguns alunos que se proponham a ir um pouco além da zona de conforto e a enfrentar as práticas, sem o pensamento mágico de que o bem-estar e o crescimento caem do céu.

Digo às vezes que sei muito bem o quanto custa cada coisa que peço em aula. Já disse que não comecei cedo, e sei bem demais o que são dificuldades. Ainda hoje, a cada dia. À parte isso, sei que cada esforço vale muito, independente dos resultados mais óbvios que o ego espera.

Sou feliz por estar nesse caminho, por ter acesso a técnicas e instrumentos preciosos para trabalhar o que sou, e também por poder compartilhá-los.



(O título deste artigo é a forma bonita como um amigo querido, o Maurício Perrella, encerrava suas aulas.)

2 comentários:

  1. que lindo!!!
    Parabéns Ana!
    Bjos Ferr

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    1. Oi, Fernanda!
      Fico feliz que você e muitas pessoas tenham gostado, principalmente porque é um texto muito sincero.
      Beijo grande!

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